"Chamo-me Renata e confesso que tenho a síndrome da super mulher. Trabalho mais de 40 horas semanais, cozinho refeições completas e tenho uma casa limpa e sem roupa para lavar. Além deste trabalho preciso também de me livrar de uns quilitos a mais, de ser um membro activo na minha comunidade, e produtiva na sociedade.
Sempre achei que tinha que fazer tudo isto porque era o que se esperava de mim. Quando algumas das bolas que anda no ar cai no chão, sinto-me culpada pela minha falha. As pessoas esperam de mim e pior ainda, EU espero de mim! Tenho filhos, nunca imaginei viver sem filhos e quero que eles tenham orgulho na mãe, no que faço, no que alcanço.
Cresci com pais que casaram nos anos 50 e tive a influência de uma avó que nasceu em 1905 e nesse tempo, a tarefa de uma mulher era tomar conta do marido, das necessidades dos filhos e da casa. Uma boa esposa, cozinha, limpa e antecipa as necessidades da sua família. Quando o marido chega a casa à noite, não quero que ele jamais diga: "Só temos isto para jantar? Mas que comida é esta?". Se isso acontecer é porque falhei como esposa e como mãe, pois não preparei um jantar decente à minha família. Quando há visitas, ando numa roda viva para que tudo esteja perfeito quando entrarem na minha casa. O pior é que sinto também que traí a menina dentro de mim que tinha alvos e sonhos e desejos. Acho que a minha família vai acordar no dia em que cair para o lado. Mas depois tudo vai voltar ao modelo do passado: a mãe faz, a mãe pode fazer.
Será que isto é um sintoma de mártir, ou será um hábito? Será mais fácil continuar a fazer tudo ou tentar ensinar os meus filhos a fazerem as suas tarefas? Ou será esta a maneira correcta de mostrar à minha família quanto os amo? Acho que cheguei a um ponto em que quero mostrar aos outros que realmente consigo, é na realidade o desejo de querer ser mais do que os outros...afinal até já descobri que os meus filhos gostam de fazer algumas tarefas em casa...mas e se não fica bem feito?"
Identifica-se com algumas coisas deste testemunho? Sente que todos os dias faz um esforço sobrenatural para ser uma Super Mulher, mas sente-se esgotada de o ser?
No programa Mulheres de Esperança chamado "Síndrome da Super Mulher" demos algumas dicas que podem ajudá-la e vamos partilha-las consigo aqui. Tome nota!
Se sofre deste síndrome de super mulher, há pequenas mudanças que pode começar a introduzir na sua vida diárias, de modo a não sentir-se tão culpada e tão casada:
- Permita-se imperfeições. A louça não precisa ser LOGO lavada mal acaba o jantar, a roupa pode ser lavada ao sábado e os seus filhos não precisam estar matriculados em todas as actividades que existam para crianças da sua idade.
- Ponha um ponto final na sua guerra de mulher perfeita! Não tem de fazer convites para o aniversário da sua filha, nem fazer o bolo, nem limpar a casa tudo isto sozinha. Pegue numa ou duas destas coisas que gosta de fazer e depois faça uma lista de pessoas que podem ajudá-la a fazer o resto.
- Estabeleça as suas prioridades. Se é uma prioridade passar tempo com os seus filhos, inclua isso no seu horário. Não deixe para a noite, quando está a coloca-los na cama e de repente se apercebe que passou mais um dia sem dar-lhes a atenção que eles precisam e merecem.
- Dê uma folga a sim mesma. Tem que permitir-se não ser perfeita. Faça o melhor que pode, mas não tem que ser perfeita em tudo o que faz.
- Tire tempo para si. Na sua agenda escreva "meu tempo". Pode ser um novo passatempo, umas aulas na escola, universidade ou até um curso profissional, ir ao ginásio, ou até 5 minutos para relaxar sem fazer NADA!
Estes pequenos passos vão libertá-la de muito stress, mas isso não quer dizer que não vai sentir culpa, por isso leia o texto seguinte e saiba como libertar-se desse sentimento.
Conversas da Alma
Depois de tudo o que falámos sobre a mulher como um ser
multi-funcional e da batalha contra a culpa, consequente de tudo o que pensa
que ainda não alcançou, gostaríamos de falar sobre a batalha espiritual atrás
destas listas enormes de “coisas para fazer”.
Culpa é uma palavra que nos leva
aos mais profundos sentimentos de perda, raiva, desespero e horror. Porque é
que eu fiz isto? Porque é que não fiz mais aquilo? Se eu tivesse reparado
antes...se tivesse esperado um pouco mais...se tivesse sabido naquela altura o
que sei agora...e estes “e se...”
batem-nos sem piedade. Alguém disse que a
"culpa é como um amigo que te apunhala pelas costas com uma faca mal afiada."
A culpa é um peão poderoso, no jogo de engano de Satanás.
À medida que ele estende a sua rede de culpa à nossa vida e somos apertados com
sentimentos de rejeição, punição e isolamento, nessa altura somos tentadas a
duvidar da sinceridade do perdão e da graça de Deus. Há muitas pessoas que se
sentem incapazes de lidar com este sentido de culpa. Ficam confusas, frustradas
e eventualmente desistem. Mas Deus tem uma receita prescrita para tratar da
culpa e encontra-se escrita na Sua Palavra. É bom que saiba que há uma culpa
que é genuína, o resultado de alguém ter quebrado as suas crenças morais e há a
falsa culpa, que é o resultado de uma má concepção do que se passa e, neste
caso, o indivíduo sente essa culpa mesmo sem ter violado nenhum código moral.
Deus usa a culpa genuína para tocar na nossa consciência quando agimos
irresponsavelmente e alerta-nos para acções erradas específicas, Estas acções
podem ser má-língua, inveja, engano, conduta imoral e esta convicção chega a
nós pelo Espírito Santo de Deus. A culpa chega à nossa vida quando resistimos
aos Seus avisos e cedemos aos nossos desejos. Se for uma culpa genuína ela é
motivadora, leva-nos a Deus e ao arrependimento, e assim experimentamos o
perdão de Deus. É como um mestre que nos ensina a verificar a nossa conduta e
ajustar as nossas velas, ao passo que a culpa falsa pode ser mortal para as
nossas emoções. Há pessoas que até conseguem dizer “Tenho um sentimento de
culpa enorme...que não me deixa...” e pode até nem haver algo definido para
essa culpa existir, mas esse sentimento vai destruindo o seu interior. Muitas
vezes estas pessoas cheias de falsa culpa, o incidente a que se referem nem foi
da sua responsabilidade. Foram vítimas inocentes, apanhadas na má conduta de
outra pessoa. Normalmente, pessoas vítimas de abuso verbal e sexual são
candidatos perfeitos a este tipo de culpa.
Para vivermos uma vida livre de culpa temos que entender
quem somos em Cristo. Está escrito na Bíblia, pelo apóstolo S. Paulo, que "fomos predestinados para ser filhos de
adopção de Deus, por Jesus Cristo, segundo a bondosa intenção da Sua vontade,
para louvor da Sua graça, que Ele livremente concedeu a nós no Amado. Nele
temos a redenção pelo Seu sangue, o perdão das nossas maldades, segundo a
riqueza da Sua graça, que Ele abundantemente derramou sobre nós” (Efésios 1:4-8)
Foi escolha de Deus tornar-nos Seus filhos. Ninguém O
forçou a aceitar-nos. Fê-lo livremente como um acto de graça. A falsa culpa não
vem de Deus, é um estratagema de Satanás para impedir-nos de ser o que Deus tem
em plano que sejamos – Seus filhos amados. Tem um arsenal enorme de armas como,
culpa de não ir ao encontro das expectativas dos pais, culpa assumida pelo
divórcio de pais, não agradar aos amigos etc, etc. mas sabe ouvinte, nunca
podemos desapontar Deus, pois Ele sabe tudo, conhece a nossa vida do começo ao
seu final. Ser liberto da culpa, passa pela confiança no amor de Deus e no
facto que a morte do Senhor Jesus
providencia a libertação dessa culpa. Ele conhece tudo a nosso respeito,
mas escolheu perdoar-nos.
Querida amiga, aceite esta obra tão completa e
aceite-se como é em Deus. Verá que os seus dias, mesmo imperfeitos, podem ser
bem felizes!
Pode ouvir o programa Mulheres de Esperança - "Síndrome da Super Mulher" aqui.
Texto: Excerto do programa Mulheres de Esperança - "Síndrome da Super Mulher"
Produção: Sarah Catarino
Locução: Sarah Catarino e Sónia Simões
Texto: Excerto do programa Mulheres de Esperança - "Síndrome da Super Mulher"
Produção: Sarah Catarino
Locução: Sarah Catarino e Sónia Simões
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