"Possivelmente, alguns
ouvintes que escutam pela primeira vez o nosso programa, achem estranho que
abordemos uma conversa tão séria e tão
desafiadora. Não é nossa intenção levá-los a pensar em religião, cerimónias,
panos pretos ou roxos, cânticos mais ou menos pesados que caracterizam a época
religiosa da Páscoa. A nossa intenção é fazê-los RECORDAR que, há dois mil anos
atrás, numa pequena colina da cidade de Jerusalém, um homem foi pregado numa
cruz, ladeado por dois malfeitores. A diferença entre esses homens e o do meio,
é que eles estavam ali devido aos imensos crimes que tinham cometido e a lei
romana, vigente naquele momento, decretava como pena capital, a crucificação. O
homem do meio, porém, estava inocente. Não foi um erro da justiça romana que O
pregou na cruz, nem a maldade dos fariseus e dos religiosos que O deixaram numa
situação tão trágica. Esse homem, Filho de Deus, cheio de poder e autoridade
divinas, poderia ter evitado aquele desfecho, poderia até ter saído da cruz, se
o desejasse, mas Ele estava ali como sacrifício, oferecido a um Deus santo que
não pode suportar a iniquidade, carregando sobre o Seu corpo todo o pecado da
humanidade, representando-nos a nós nesse sacrifício, dando a Sua vida para que
nós, pudéssemos ter a vida eterna.
Mais uma vez, as mulheres
tiveram um papel tão especial naquela Páscoa única. Quando todos os discípulos
de Jesus fugiram, abandonando-o na hora mais difícil da Sua vida, por amor a
Ele as mulheres ficaram lá, firmes, junto à cruz, observando tudo, vendo o
lugar onde colocaram o Seu corpo morto, embrulhado apenas num lençol.
Quando a cena do Calvário
terminou e voltaram para as suas casas, parece que já não havia mais nada a
fazer senão chorar um amigo perdido. Mas não, elas tinham visto que o corpo do
Senhor não tinha sido preparado convenientemente para o sepultamento e
decidiram fazer o que era necessário. Podiam apresentar algumas desculpas para
não fazê-lo, mas o amor moveu-as para além dessas desculpas. Depois daquele dia
longo, medonho e traumatizante, decidiram que haviam de cuidar do corpo do seu
Mestre. Por amor, uma buscou um perfume, outra um óleo, outra misturou-os, cada
uma delas fazendo a sua parte para que as especiarias ficassem no ponto certo.
Pequenos actos de amor, pequenos gestos de uma devoção e carinho imenso. Sem
medo, de madrugada, lá foram elas a caminho do sepulcro, para fazer o que se
tinham proposto. Sabiam que na entrada da gruta onde tinham colocado o Senhor
estava uma pedra enorme, que nenhuma delas tinha força para rolar. Mas mesmo
assim foram. E quando chegaram, encobertas pelas sombras da madrugada e pela
folhagem das árvores do jardim, viram com espanto que a pedra tinha sido
rolada. Sobre a pedra estava um ser angélico que lhes disse, que Jesus não
estava mais ali, mas tinha voltado à vida, ressuscitado. Correram para dar a
notícia aos outros discípulos, que depois de terem abandonado o Senhor se
reuniram num lugar, fechados à chave, com medo que lhes acontecesse alguma
coisa.
Páscoa é morte e vida.
Morte para nos dar vida. Vida que tem que ser anunciada por todos nós. Eu
também sou uma testemunha de que Jesus ressuscitou: tudo o que sou e tenho só é
possível porque Ele vive em mim. Por isso, nesta Páscoa quero anunciá-lo a
todos, com amor e sem receio: a vida que Ele me deu pode dá-la a si, se O
DESEJAR, Hoje!"
Conversas da Alma do programa Mulheres de Esperança (Programa Especial Páscoa/13)
Autoria: Sarah Catarino
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