quarta-feira, 27 de março de 2013

Conversas da Alma :: 5 - Páscoa 2013



"Possivelmente, alguns ouvintes que escutam pela primeira vez o nosso programa, achem estranho que abordemos  uma conversa tão séria e tão desafiadora. Não é nossa intenção levá-los a pensar em religião, cerimónias, panos pretos ou roxos, cânticos mais ou menos pesados que caracterizam a época religiosa da Páscoa. A nossa intenção é fazê-los RECORDAR que, há dois mil anos atrás, numa pequena colina da cidade de Jerusalém, um homem foi pregado numa cruz, ladeado por dois malfeitores. A diferença entre esses homens e o do meio, é que eles estavam ali devido aos imensos crimes que tinham cometido e a lei romana, vigente naquele momento, decretava como pena capital, a crucificação. O homem do meio, porém, estava inocente. Não foi um erro da justiça romana que O pregou na cruz, nem a maldade dos fariseus e dos religiosos que O deixaram numa situação tão trágica. Esse homem, Filho de Deus, cheio de poder e autoridade divinas, poderia ter evitado aquele desfecho, poderia até ter saído da cruz, se o desejasse, mas Ele estava ali como sacrifício, oferecido a um Deus santo que não pode suportar a iniquidade, carregando sobre o Seu corpo todo o pecado da humanidade, representando-nos a nós nesse sacrifício, dando a Sua vida para que nós, pudéssemos ter a vida eterna.



Mais uma vez, as mulheres tiveram um papel tão especial naquela Páscoa única. Quando todos os discípulos de Jesus fugiram, abandonando-o na hora mais difícil da Sua vida, por amor a Ele as mulheres ficaram lá, firmes, junto à cruz, observando tudo, vendo o lugar onde colocaram o Seu corpo morto, embrulhado apenas num lençol.

Quando a cena do Calvário terminou e voltaram para as suas casas, parece que já não havia mais nada a fazer senão chorar um amigo perdido. Mas não, elas tinham visto que o corpo do Senhor não tinha sido preparado convenientemente para o sepultamento e decidiram fazer o que era necessário. Podiam apresentar algumas desculpas para não fazê-lo, mas o amor moveu-as para além dessas desculpas. Depois daquele dia longo, medonho e traumatizante, decidiram que haviam de cuidar do corpo do seu Mestre. Por amor, uma buscou um perfume, outra um óleo, outra misturou-os, cada uma delas fazendo a sua parte para que as especiarias ficassem no ponto certo. Pequenos actos de amor, pequenos gestos de uma devoção e carinho imenso. Sem medo, de madrugada, lá foram elas a caminho do sepulcro, para fazer o que se tinham proposto. Sabiam que na entrada da gruta onde tinham colocado o Senhor estava uma pedra enorme, que nenhuma delas tinha força para rolar. Mas mesmo assim foram. E quando chegaram, encobertas pelas sombras da madrugada e pela folhagem das árvores do jardim, viram com espanto que a pedra tinha sido rolada. Sobre a pedra estava um ser angélico que lhes disse, que Jesus não estava mais ali, mas tinha voltado à vida, ressuscitado. Correram para dar a notícia aos outros discípulos, que depois de terem abandonado o Senhor se reuniram num lugar, fechados à chave, com medo que lhes acontecesse alguma coisa. 


 

Páscoa é morte e vida. Morte para nos dar vida. Vida que tem que ser anunciada por todos nós. Eu também sou uma testemunha de que Jesus ressuscitou: tudo o que sou e tenho só é possível porque Ele vive em mim. Por isso, nesta Páscoa quero anunciá-lo a todos, com amor e sem receio: a vida que Ele me deu pode dá-la a si, se O DESEJAR, Hoje!"


Conversas da Alma do programa Mulheres de Esperança (Programa Especial Páscoa/13)
Autoria: Sarah Catarino  

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